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Call of Iron: A Wild West Tale - Capitulo 17

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joaomacabro's avatar
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Por um tempo o trem seguiu a linha, fumegante, e dentro deles, memorias tristes e guerreiros determinados a terminar o que tinhamos começado. Era um sentimento estranho não ter White conosco, ele simplesmente era uma especie de animador, ele estaria tentando nos alertar de algo e dando planos, sem ele, a viagem até o destino foi um pouco silenciosa, com somente trocas de olhares minha e de Silver.
Quando o trem parou novamente, descemos, receosos.
O silencio era constante, somente o vento soprava, estava quase noite, e ao longe eu e Silver viamos o vilareijo de Free, silencioso e apagado, como uma cidade fantasma. Andamos com cautela até lá, o silencio era pertubador, quanto mais chegavamos perto, mais ele se tornava agonizante, quando nos demos conta, estavamos no centro da aldeia. Barracas de pano armadas de todos os lados, sangue seco espirrado e misturado com o barro, e no centro, uma especie de estatua cilindrica, um totem, de um bufalo, zebra, grifo de asas abertas e no topo uma figura de ponei, mas negra de olhos vermelhos.
Perdido em pensamentos, ouvi a voz de Silver:
—Ouviu isso?
—Ouvi o que?
—Isso...
O silencio foi quebrado com um som de casco, não só um, mas varios, que lentamente iam aumentando a intensidade, e quando conseguimos ver o que era, era branco, fosco, algo estranho, que foi de encontro a mim e silver, parando de subito na nossa frente. Era um grande bufalo sendo seguido por outros menores, quase do mesmo tamanho, e ele usava uma especie de coroa feita de penas, mas ele era palido, fosco, como se fosse uma neblina com forma
—Olá forasteiro.
—Olá... —Disse quase sem voz —Eu sou Iron, essa é minha namorada, estamos a procura de Drahoof.
O silencio foi quebrado com lamentos altos
—Vocês o querem porque?
—Queremos para-lo —disse silver —E resgatar a irmã de Iron
—Entendemos seu lamento, mas quem vem aqui procura a morte, nosso mestre, Dual Mane, sabe da presença de voces...
Nisso, uma faca passou zunindo perto de meu rosto, rapidamente olhei para trás procurando quem jogou, e ai que vi, grifos negros de bicos quebrados, sorrisos malignos e facas enfiadas em todo o peito, puxavam as facas de seu peito para jogar contra nós, rapidamente eu e Silver tomamos cobertura, eles sobrevoavam parados, jogando as facas na tentativa de derrubar as cabanas.
Silver pegou o chicote e sorriu para mim, ela com o chicote, prendeu a garra de um que estava mais a frente, descendo para pousar, e nessa puxada, o grifo foi de encontro com o chão, ela amarrou o chicote no pescoço dele, um chicote de couro, e apertando, obrigou ele a voar, o grifo, sem alternativa, voou, e a controle dela, bicava as asas dos outros.
Não sabendo como ela conseguiu converser o grifo, peguei algumas facas do chão, com um amargo gosto de sangue podre, e joguei de volta para tentar acertar algum grifo, consegui derrubar um, Silver derrubou outros dois, e os bufalos nem se mechiam.
Eram em torno de dez grifos, silver conseguiu derrubar três antes do grifo dela morrer sufocado, eu consegui derrubar mais quatro, sobrando apenas dois, que fugiram com um certo medo.
O bufalo tocou em meu ombro, e com um sinal, pediu para que o seguisse, dizendo calmo:
—Nosso povo todo está morto Iron, e pelos olhos dos vivos, vemos a verdade, e eu sei que anda com o ultimo de nossa tribo entre vós. Free Soul, a unica alma presa a carne ainda ironicamente, ele deve receber nosso ultimo recurso, nosso ultimo tesouro. O cocar dos espiritos.
E passando a porta de uma barraca, como se ela não existisse, eu entrei logo atras, abrindo, vendo um cocar de penas negras de pontas brancas, amarradas em um couro amarelo, de grifo, e colocada sobre um altar com face de bufalo, olhando firmemente para frente, com cuidado, eu peguei, e junto de silver, tivemos que sair do vilareijo um pouco rapido, pois mais grifos estavam chegando.
Andamos a noite toda de volta pra cidade aonde tinhamos deixado Free e Rari.
Quando chegamos de manhã, Silver e eu tomamos um susto com a cena, por algum motivo, Free estava com cara de assustado tomando copos e mais copos de café um atras do outro.
—Free? —Abordei ele, bocejando por ter andando tanto
—NÃO QUERO FALAR SOBRE ONTEM, NÃO IMPORTA COMO PERGUNTEM!!!
—Ai, minha orelha —Disse silver
—Ok, sem perguntas... O dono da aldeia pediu que eu te desse isso  —Disse entregando o cocar
A reação dele de medo passou a uma expressão séria, colocando o cocar, e por um momento, os olhos dele brilharam em branco e todas as velas e luzes do bar apargaram de repente. Lentamente, ouvimos a voz de Free falar com calma:
—Somos um, somos todos.
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